Skip to main content

Wilson Bueno: enterro e detalhes da morte

Garoto de programa confessa ter matado Bueno

3-2-2010

Cleverson Petrecelli Schmidt, 19 anos, preso no dia 2 de junho, confessou ter matado Wilson Bueno. Segundo o delegado Silvan Rodney Pereira, responsável pela investigação, um cheque nominal, de R$ 130, motivou o crime. O acusado contou que Bueno sustou o pagamento desse cheque, recebido por ele como paga de um programa sexual, que ocorreu na noite do dia 29 de maio. No cheque estava também incluído o pagamento de um serviço de pedreiro que Cleverson havia feito na casa.

Cleverson foi à casa de Bueno para tomar satisfações a respeito da sustação. Os dois começaram a discutir e, de acordo com o que o acusado disse a Pereira, Bueno tentou agredí-lo. Cleverson se dirigiu então à cozinha, pegou uma faca, desferindo-lhe um golpe no pescoço. O delegado afirma que o assassino estava dentro da residência com o consentimento da vítima.

 

Wilson Bueno: enterro e detalhes da morte

2-6-2010

O corpo de Wilson Bueno foi enterrado no final da tarde de terça-feira, 1º de junho, no Cemitério Municipal de Santa Cândida, bairro de Curitiba. O velório se realizou na Capela da Luz, no Cemitério Municipal. Sua funcionária, a diarista Jacinta Breck, que trabalhava há sete anos com ele, chegou ao sobrado cedo na manhã do dia 31 de maio. Ela notou que o portão estava sem o cadeado e que a porta já se encontrava aberta.

Segundo Jacinta, um computador, que sempre ficava no escritório, no segundo andar, estava na sala. Por recomendação de Bueno, ela só poderia subir ao segundo andar depois que ele acordasse e lhe desse bom dia. Por conta dessa orientação, Breck permaneceu no primeiro piso. Bueno costumava acordar e aparecer às 15 horas porque trabalhava de madrugada. Por volta das 17 horas, a diarista começou a desconfiar de sua ausência, e, então, decidiu ligar para um de seus amigos, que, ao chegar, encontrou seu corpo no escritório.

De acordo com Emídio Bueno Marques,  seu primo, Wilson estava caído ao lado da escrivaninha  e havia muito sangue no chão. Abigail Schambeck, sua conhecida há 30 anos e vizinha há dez, afirma que não percebeu nenhuma movimentação estranha no local durante o fim de semana. Ela informa que Bueno tinha muitos amigos e recebia várias pessoas em sua casa.

 

Morre Wilson Bueno

31-05-2010

Wilson Bueno, 61, foi encontrado morto dentro de sua residência, em Curitiba, onde morava só, por volta das 19h30 de hoje. Segundo o perito Edmar Cunico, do Instituto de Criminalística, o pescoço de Bueno foi esfaqueado. Houve resistência antes e depois de ele levar os golpes. O corpo estava hígido, o que significa morte há, no mínimo, 12 horas, afirma o expert. Ainda de acordo com o ele, não havia sinais de arrombamento nas portas. O escritório estava revirado, com vários sacos de lixo vazios e abertos, espalhados pelo chão. É possível que se tenha forjado um roubo ou que tenha ocorrido uma tentativa de roubo, que resultou num homicídio, pois nenhum objeto foi levado pelo autor do crime.

Wilson Bueno nasceu em Jaguapitã, norte do Paraná, em 1949, e residia em Curitiba desde os anos 1970. Foi lançado, em 1986, por  Paulo Leminski, que prefaciou seu livro de contos Bolero’s Bar. Com a novela Mar paraguayo, de 1992, projetou-se em termos nacionais e internacionais.  Dirigiu o suplemento de ideias Nicolau. Ele foi também cronista do jornal O Estado do Paraná e resenhista do jornal O Estado de S. Paulo. Bueno pertenceu ao conselho Editorial de Sibila.

 

Bibliografia

Bolero’s Bar, de 1986
Manual de zoofilia, de 1991
Ojos de água, de 1992
Mar paraguayo, de 1992
Jardim zoológico, de 1999
Meu tio Roseno a cavalo, de 2000
Amar-te a ti nem sei se com carícias, de 2004
Cachorros do céu, de 2005
Diário vagau, de 2007
Pincel de Kyoto, de 2007
Canoa Canoa, de 2007
A copista de Kafka, de 2007

 

ao Wilson, nos céus

Andrés Ajens

ia um menino noutra língua noutra gíria noutro sotaque
caso de coherdar colapso da circunvizinhança, ui rosa, ia de jipe
onde ia ser o sítio da grande poesia –  árvore ávida, a vida
tecno podia raiar às vezes numa extraordinária migrância no insabível;
a cobra atravessando a estrada candelabros pálidos a árnica
– o peru-seu, grugulejou o exergo, desaparecer no grão nulo dum segundo –
um miligrama de morte, vírgula