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Taxonomia dos Poetas Pós-Conceptuais mais novos – Os Auto-intitulados Poetas Pós-Conceituais

Definindo-se a si próprios como próximos de Goldsmith, Fitterman, Rosenfeld e Place, muitos deles estudaram no curso de pós-graduação da SUNY-Buffalo (Joey Yearous-Algozin, Holly Melgard, Chris Sylvester, Steve Zultanski e Divya Victor, cuja obra tem-se concentrado em trollthread.tumblr.com), apesar de Sophia Le Fraga e Trisha Low terem estudado durante a licenciatura com Fitterman e Goldsmith, respectivamente. (Alguns trabalhos mais variados estão disponíveis em imperialmatters.com, de Le Fraga.) A maioria tem uma filosofia niilista que aparta a poesia do activismo redentor (uma certa amoralidade ou apoliticismo é um conceito de Goldsmith, Fitterman e Place). Tácticas formais comummente empregadas incluem rasuras e transcrições (ou seja, transcrições de Yearous-Algozin de mensagens telefónicas semi-histéricas deixadas por membros da família à sua namorada Melgard [2014] e as suas rasuras de Larry Eigner). Agony, de Steve Zultanski, um poema confessional microscopicamente restrito (muito devedor a Fidget, de Goldsmith, embora levando a sua especificidade ad absurdum a limites cientificamente técnicos), que foi lançado em 2012, tem sido uma espécie de marca de referência para o grupo. Relacionado com este tratamento rude do quotidiano, temos “Dear Shit Advice Columnist” de Diana Sue Hamilton.

De uma maneira geral, esta malta é alérgica à alt lit, que consideram déclassé, banal, mainstream e ubíqua (além de orientada para a ficção comercial). Têm um investimento na linhagem e história da poesia avant-garde e desenvolvem trabalhos que podem assumir a forma épico-lírica (incluindo o fascinante Shoot Kids in the Head, de Josef Kaplan) ou então lidam com figuras como Gertrude Stein (Melgard) ou Eigner (Yearous-Algozin). A obra de Lanny Jordan Jackson, tal como a de Le Fraga, é caprichosa e emprega vídeo e outras formas. Há na divulgação da obra desta malta uma tendência para sugerir que eles estão a inventar a roda, “por trazerem o lirismo para o século XXI”, quando estão quase sempre a repetir os gestos da flarf e da poesia language. Esta miopia deve-se à comparação da obra, numa bolha, com os parâmetros muitas vezes estritos da poesia conceptual.

Apesar da alergia da poesia pós-conceptual à alt lit, Goldsmith tem sido lesto a endossar muitos alt literes (especialmente Steve Roggenbuck). De facto, a alt lit tem estratégias estéticas que se encaixam muito bem no molde pós-conceptual: é apenas o seu subdesenvolvimento histórico-(po)ético que os separa. Fitterman tem sido fiel aos auto-identificados pós-conceptualistas (veja-se o seu livro Collective Task, de 2014, um projecto colaborativo com este grupo mais novo).

Às vezes, olhando para as obras deste grupo como um todo, mas especialmente o contingente de Bufallo, verificamos que os riscos filosóficos que encontramos em Place ou o humor que encontramos em Goldsmith ou o virtuosismo que encontramos na escola Bergvall/Dworkin/Bök estão ausentes. Em vez disso, há algo novo: um vazio triste e desolado que nos pode causar acessos de náuseas. (Embora os riscos filosóficos estejam presentes em Low e Kaplan, e o humor/tchanan possa ser encontrado em Le Fraga e Jackson.) Talvez, para citar um dos seus títulos, estejamos perante uma estética de “lixo branco” que contraria a vibração da estética trash popularizada por John Waters – do género vou só digitalizar bilhetes de lotaria e pô-los online num pdf a ver se a universidade, que nos financia o trabalho, nos irá pagar pelas perdas da lotaria – que faz com que pareça plausível o grupo ser composto por personagens de Gummo, de Harmony Korine, que tenham ido fazer doutoramento. (Korine articulou a diferença entre a sua obra inicial e a de Waters, embora o seu recente Spring Breakers pareça ter adoptado a estética Wonder discutida a seguir). É, então, o tédio-para-além-do-tédio, não o zen sublime irónico/estúpido redentor/interessante, que sempre pudemos extrair dos principais conceptualistas da arte e da poesia (de Duchamp em diante). Ou seja, não há Ngai ou sequer Perloff que possa justificadamente sacar adjectivos kantianos que lisonjeiem esta obra; pelo contrário, ela possui uma mentalidade preguiçosa auto-depreciativa e chafurdadora que só impressiona na proporção do talento e do trabalho que se crê estar a ser desperdiçado. É isto que quero dizer com a morte da obra (morte do leitor).

Perturbadoramente, este livro chama-se Apontamentos Sobre a Poesia Pós-Conceptual, apesar de o grupo que lhe reivindica o título não ser o seu foco principal. E perdoem-me se de quando em vez tropeço na postura perloffiana de elevar indivíduos específicos (Low) e ignorar constelações. Não estou a escrever este livro para dar conta de quem é quem na poesia de hoje, mas para criar a sensação de estar perdido no caldeirão borbulhante das formações sociais emergentes.

 

Conceptualistas de LA

 

Toda a gente sente que os poetas são ignorados e incompreendidos em LA, mas, por outro lado, o sentimento de se ser marginalizado por Nova Iorque e São Francisco é, em si, uma coisa típica da cena artística de LA. No entanto, a disciplina que deixou de ser ignorada em LA é a das artes visuais. O CalArts produziu, para o mundo da arte, vedeta atrás de vedeta. De importância maior para os poetas aqui discutidos, o CalArts, a partir dos anos 70, foi o pouso do excêntrico John Baldessari, conceptualista/artista visual, cujos desvios inteligentes e hip se abeiraram do visual e do verbal remetendo muitas vezes para Lang Po por causa das suas ironias auto-referenciais desconstrutivas. Mas as palavras foram sempre infladas ao máximo para poderem ser vendidas como obras de arte. A fonte da revista de Joseph Mosconi, palavras coloridas (com aquilo que ele comia ou com letras de bandas de metal), continua claramente esta tradição.

Place é a poeta conceptual mais famosa de LA e dirige, com a sua companheira Teresa Carmody, Les Figues Press, que publica muitos conceptualistas mais novos, muitas vezes de pendor LGBT ou feminista, incluindo Divya Victor (bem como a poeta conceptual de primeira geração Kim Rosenfeld).

A poesia da Nova Narrativa (incluindo as vedetas minhas companheiras de viagem Kathy Acker e Dennis Cooper), um complemento da escrita queer da Costa Oeste à poesia language, era gótica, punk e, pois, digressivamente narrativa. Ainda não teve o reconhecimento que lhe é devido, embora uma antologia, editada por Kevin Killian, esteja para ser lançada em breve. Mas é certo que os conceitos conceptuais assistidos do autor Dodie Bellamy (Cunt-Ups) da Nova Narrativa são cruciais para a estética conceptual feminista do Eu-confuso. O recente Cunt Norton (2013), de Bellamy, saiu pela Les Figues. Outra figura da Nova Narrativa com um livro na Les Figues é Matias Viegener, um livro que rearranja o I Remember, de Joe Brainard, através de postagens de Facebook compostas por listas de 25 elementos (2500 Random Things About Me Too).

Viegener lecciona na célebre CalArts, onde trabalha com a artista verbal-visual virtuosa Christine Wertheim a ensinar muitos dos mais-novos-que-hão-de-ser-poetas-conceptuais. Harryette Mullen, que lecciona na UCLA, é outra figura importante por influenciar o trabalho virtuoso baseado em restrições na linha de OuLiPo. Amanda Ackerman, doutoranda da CalArts, tem trabalhado com colectivos de performance literária (tais como The Unauthorized Narrative Freedom Organization), organizando eventos que esbatem as fronteiras entre a leitura de poesia, as exposições em galeria, oficinas criativas e acontecimentos secretos baseados em restrições. Damnation, de Janice Lee, é um trabalho virtuoso forte de uma poeta conceptual mais nova: um livrinho artesanal que cria uma écfrase visual-verbal para o filme de Béla Tarr com o mesmo nome.

Entre os poetas conceptuais a trabalhar no precedente monumental estabelecido por Place está o meu editor Mathew Timmons, cuja obra épica CREDIT (2009) é “um livro de 800 páginas, grande formato, totalmente a cores e de capa dura – o livro mais longo e mais caro publicável através do prestador online lulu.com”. Timmons escreveu também The New Poetics, que cola textos da web para produzir manifestos para novos modos de pensamento: Nova Arte, Novo Sangue, Novo Cristianismo, etc. Dear Dearly Departed (2008), de Harold Abramowitz, um parágrafo longo e comovente traz à mente o facto de Place também ter escrito um livro que consiste numa longa e única frase chamado Dies.

Igualmente digno de nota é o facto de os primeiros êxitos de Goldsmith (Weather, Traffic, Sports: transcrições monumentais) terem sido publicados em LA pelo poeta conceptual um pouco mais novo Ara Shirinyan. Shirinyan também trabalha dentro da tradição monumental, apropriando-se de montes de frases da rede começadas por “[nome de um país] is great”, criando uma obra que se estende por três volumes (Your Country is Great, 2008).

Make Now (Shirinyan), Insert Blanc (Timmons) e Les Figues (Place/Carmody) possuem, cada uma, listas substanciais de publicações. Não vou fingir que fui ao fundo das suas listas. Nem me é possível fazer o contraste entre os pós-conceptualistas da Costa Oeste e os da Costa Leste. Brian Kim tem argumentado que a diferença é a ênfase dos poetas de LA na produção. Posso verificar isso com Timmons, Kate Durbin e Place, mas grande parte da poesia conceptual é sobre grandes produções, de modo que não é por aí que conseguirei analisar a diferença. Definitivamente, o grupo de Buffalo tem uma espécie de niilismo relaxado que não vejo em LA. Mas na Costa Leste Goldsmith e o grupo Wonder parecem estar a sobrepor-se pesadamente à sensibilidade de superprodução mais brilhante, mais pop, descontraída, feliz dos conceptualistas mais jovens de LA. Sobrepõem-se literalmente a Kate Durbin, radicada em LA, que publicou com o Wonder. Conhecida em parte por se vestir com os trajes DIY que lembram Lady Gaga e o seu exotismo pop, a sua poesia apropria-se de diálogos da televisão e da cultura pop mas, regra geral, de uma maneira altamente modificada e tradicionalmente poetizada ou narrativizada, o que a torna consonante com a estética gurlesca.

 

Os Putos Wonder

 

Os Putos Wonder seguem o precedente de Frank O’Hara, Kenward Elmslie, Wayne Koestenbaum e Kevin Killian (misturando moda, cultura pop, o quotidiano amaricado e o mundo da arte na poesia) e temperam a flarf e o gurlesco com a frivolidade de Verão do metrossexual hipster de Miami. O jovem poeta da Baía de São Francisco, Brandon Brown, é também um precedente importante para o grupo: falando seriamente ([po]eticamente) sobre Kanye West e Taylor Swift.

Na década de 2010, o metrossexual radicado em Nova Iorque, Ben Fama, rapidamente passou este estilo para Andrew Durbin, e dirigem juntos a Wonder Press que, desde então, publicou Kate Durbin (não a irmã de Andrew) e Killian, o poeta da Nova Narrativa, da Baía de São Francisco. Durbin, com uma rapidez e eficiência incríveis, criou um grupo de artistas de galeria que partilham o seu gosto – uma variante mais jovem da estética da balbúrdia de Bjarne Melgaard e Thomas Hirschhorn, mas mais delicada, cor-de-rosa e doce (pós-camp, hiper-camp) –, artistas como Alex Da Corte, que desenhou a capa do seu livro, e Jacolby Satterwhite, para cujo catálogo Durbin escreveu um ensaio. No mundo da arte, a pessoa que mais se aproxima deste estilo é Ryan Trecartin, especialmente com o seu trabalho escultórico. Outros estilistas similares incluem Morgan Parker (veja-se os seus poemas sobre Beyoncé) e LaTasha N. Nevada Diggs (veja-se o seu livro Twerk). Na cultura pop, há o estilo pós-feminista e hiper-camp de Nicki Minaj, Katy Perry, Iggy Azalea e Spring Breakers de Harmony Korine. E, mais importante: rappers queer jovens e emergentes.

Veja-se também o álbum ArtPop de Gaga e a capa de Jeff Koons, que mostra como na arte dos millennials a direcção da pop art tem estado a ser revertida – as estranhas apropriações irónicas e icónicas da pop art ainda estão lá, mas em vez da distância cool da pop art, Gaga usa a apropriação para criar uma identidade deveras real e sincera. É isso que faz de Gaga a figura de charneira do essencialismo queer, apesar da sua drag irónica. Pense-se aqui na transição do manifesto hipster dos anos 90 de Judith Butler, Gender Trouble, para a sua bíblia dos anos 2000, Bodies That Matter. Jerry Saltz vai-se aproximando disto quando menciona Gaga juntamente com os seus amigos artistas Marina Abramović e Koons, além de Kanye, como exemplos de um Novo Sinistro, no qual a celebridade alega ser real mas de uma maneira que é alienadora e virtual, e no entanto encantadora. Saltz ‘gosta’ muito destas coisas e escreveu uma nota para o livro de Kate Durbin da Wonder Press.

O cineasta queer experimental Bruce la Bruce queixou-se recentemente das manifestações mais famosas deste estilo em “Notes on Camp and Anti-Camp”, onde diz ansiar pelos bons velhos tempos de um camp mais espirituoso, mais reflexivo e menos virtual. Eu critiquei o significado do contributo (po)ético daquela obra em “Forget O’Hara” (Boston Review, 2013). O meu alter ego satírico, Leopold Brant, baseado em Peter Brant II (dândi da moda nascido no berço de ouro do seu famoso pai coleccionador de Warhol), parodia a intersecção estrategicamente feliz entre a pop art, o marxismo, a teoria queer, a moda e a ascensão social – como consta em muitos dos meus vídeos de YouTube desde 2008, incluindo um onde critico Lady Gaga. Na maioria destes trabalhos, parodio o pathos da auto-promoção gay. É claro que a arte hiper-camp envolve sempre uma grande dose de auto-paródia, mas corre frequentemente o risco de se transformar num existencialismo queer lorpa do tipo “sê real”. A minha persona Brant é, além disso, uma paródia da escola John Ashbery de poesia lírica masculina que é menos parva do que o estilo Wonder e gira à volta de uma cena de salão burguês modernaço.

De vez em quando, como acontece com todas as obras obcecadas pela moda, surge o problema do neofílico e do básico como o caralho, ou seja, “tive o oitavo artigo mais citado da Hyperallergic no ano passado, sobre a normcore […] e depois fui escolhido para fazer um artigo para a T, a revista de moda do Times.”

Ou então “aquela ferramenta básica-como-o-caralho de farejar a tendência de clickbaiting de escalada social gentrificada, acabou de escrever outra entrada de blogue a queixar-se da gentrificação” ou “a ferramenta básica-como-o-caralho acabou de fazer outra entrada de Facebook simplista tipo meme a dizer quão simplistas são os memes quando tudo o que ele faz é comunicar por memes.”

Até certo ponto, este é um espectro assombroso para todos os críticos da actualidade. Poucos políticos activistas ou esteticistas, até aqueles interessados no hermetismo da pequena edição ou na anarquia anti-estatista, têm vontade ou estão interessados em não estar no Facebook, em não aderir às tácticas mais óbvias e patéticas de auto-promoção e ascensão social, e no fim querem sobretudo estar no HuffPo a seguir as convenções de optimização dos motores de busca (SEO). Muitas vezes, os cursos de MFA fazem-nos sentir que voltámos ao antigamente, aos anos 60 ou 70, ou à época do romantismo, ou algo do género, quando esse tipo de arte e política era possível, […] mas hoje é retrógrado tentar fazer obras visionárias ou separatistas.

De uma maneira geral, na verdade, o básico como o caralho é um problema para a poesia neste momento em que ela tenta lidar com as artes visuais. Na pior das hipóteses, pode tornar-se um lugar para as pessoas cujas tentativas na área da ‘arte multimédia’ e ‘net art’ não terão sido capazes de encontrar um olhar de simpatia no isco de uma aula de licenciatura de artes visuais de modo a encontrar uma casa para o mesmo tipo de tácticas, mas uma casa onde lhes seja dada muito mais atenção.

 

Poesia Híbrida, a Escola Ashbery e a Nova Sinceridade

Veja-se o ensaio da página 133, sobre a obra de Dorothea Lasky.

 

O que É que Gaga Tem a Ver Com Isso?

 

O facto de, em Novembro de 2013, o álbum ArtPop de Gaga ter caído para uma recepção abaixo de estelar e o seu domínio monopolista dos media se ter dissolvido (o que lhe custou a saída do seu principal director de moda) sem um single de sucesso comparável sequer ao mais fraco dos seus sucessos anteriores (e, além disso, a sua embaraçosa colaboração com Tony Bennett) levou muitos hipsters a distanciarem-se da sua chama. Tornou-se passé; um lembrete de quão efémera é a espectacularidade millennial, e portanto um espectro terrível para o jovem artista queer. Tal como todas as tentativas de nos purificarmos da alt lit ou de Trecartin ou da flarf ou da net art, o esmagamento do ídolo sugere apenas quão poderoso o ídolo foi. O facto de tantos artistas, que há um ano eram seus fãs número 1 (ao ponto de a transformarem num Cristo feminista), estarem agora relutantes em ser rotulados como relacionados com ela sugere um princípio essencial da própria ideologia de Gaga: não se ser capaz de avaliar auto-criticamente a própria imagem ao espelho – ser-se consumido por o que quer que estejamos a fazer no presente – falta de capacidade para ponderar o precedente histórico — fazer de conta que as nossas efemeridades espectaculares superam de alguma forma aquelas que vieram imediatamente antes. Desta forma, negar a influência de Gaga faz de ti Gaga, uma vez que foi precisamente assim que Gaga lidou com a sua ansiedade da influência e a precariedade do seu próprio espectáculo, negando a influência e a precariedade.

Se, por qualquer razão, estética ou ética, Gaga não foi “suficientemente longe”, o que quer que vá mais longe está sujeito ao mesmo veredicto, o de que o artista pop tem uma marca de referência utópica a atingir. Espelhe-se isso com: “a Teoria Queer tinha intenções tão puras mas depois foi debilitada pela institucionalidade, ou os Green Day já foram tão radicais”. Esta afirmação postula primitivisticamente que as intenções originais são mais ‘puras’ e que as coisas se tornam cada vez mais débeis, em vez de dar conta das origens institucionalmente mediadas e altamente débeis de tais ‘eventos’ como a formação da Teoria Queer ou a ascensão de Gaga à fama. Onde isto leva é ao narcisismo neofílico vápido do presente, sob a ilusão de que o presente não será varrido de forma tão violenta como o foi o passado. E é precisamente ao renegar Gaga que replicamos as tácticas da própria Gaga: as tácticas do hipster queer que precisa de não ser sempre o hispster que é, que precisa de esmagar todos os ídolos, inclusive os seus, e nunca ser apanhado a fazer por não usar a mesma coisa duas vezes.


Tradução por António Gregório. Edição Barco Bêbado (Lisboa).

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 Sobre Felix Bernstein

Author of Notes on Post-Conceptual Poetry (Insert Blanc Press) and co-editor with Vanessa Place of the forthcoming anthology Killing It: Cruel Art After the Internet. His videos and writings can be found at felixbernstein.com.