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EDITORIAL

A revista Sibila dedica-se há anos, com desprendimento, esforço e afinco, sem jamais se utilizar de verbas públicas, à poesia brasileira contemporânea, por considerar a situação da poesia um aspecto fundamental da situação da cultura brasileira. Vários críticos (entre eles, Alcir Pécora e Paulo Franchetti) escreveram e escrevem sobre o tema na revista. A crítica rigorosa da poesia contemporânea é um serviço inestimável à essa mesma poesia, pois a complacência leva à complecência, e a complacência não leva a lugar algum que valha a pena. A experiência humana não é feita de facilidades. Quem busca facilidades e satistafações fáceis, quanto à poesia brasileira, não deve portanto ler a Sibila. Quem busca, por outro lado, tentar compreender por que afinal a poesia brasileira contemporânea está ou parece estar aquém da grandeza que poderia e deveria ter, não apenas em relação ao país que poetiza ou tenta poetizar, mas em relação à história literária de que é herdeira, deve talvez lê-la. Não porque temos certezas. Mas porque temos dúvidas. Principalmente sobre a satisfação fácil com a situação atual da poesia brasileira. Pois acreditamos que ela possa e, portanto, talvez deva ser maior. Muito maior. Ronald Augusto (Editor da Sibila)


 Sobre Ronald Augusto

poeta, letrista e ensaísta. Formado em Filosofia pela UFRGS e mestrando em Teoria Literária na mesma instituição. Autor de, entre outros, Confissões Aplicadas (2004), Cair de Costas (2012), Decupagens Assim (2012), Empresto do Visitante (2013), Nem raro nem claro (2015), À Ipásia que o espera (2016) e A Contragosto do Solo (2021). Dá expediente no blog www.poesia-pau.blogspot.com