Primavera
Primavera perdida num
Calor do inverno
Roxos em cascatas
Trepadeiras em flor
Sutilmente enganadas
Por ordem superior
Orquídeas atentas ao
Relógio do sol
Pintalgam os muros em
Todo o quintal
Esperanças despertas
Em tempos de Caos
Cores expressionistas
Afirmando a Luz
Colam-se à retina
Pintando acajus
babaçus baiacus bambus belzebus
E os sinos de fogo
Badalando em flor
Anunciam
Em verso
Primavera amor
Verão
O verão é interno fundo
Silêncio extenso e quente
As plantas respiram serenas
O vento dorme doce
Os pássaros ciciam sonolentos
O ar vibra claro
O Sol dentro de mim
Desassombra mistérios
Um avião minúsculo
Risca o céu
O silêncio
Deixa atrás de si
Uma via-láctea
…
Por sobre a Índia
As estrelinhas em baixo e
Um livro esotérico dizendo
Ilumine suas células
Outono
Uma folha seca e cobre
Bateu-me no ombro e
Sussurrou: É tempo de
Aprontar as
Tarefas em suspenso e
São ainda muitas! O
Tempo que escoa veloz
Advertiu: corre não pares o
Inverno está à porta
Rilke voltou-me à cabeça mas
Estou ligada a primaveras e
Depois o inverno me
Fascina! A
Neve branca e leve
Branca e fria
chama por mim para
Além das vidraças
Põe tudo da cor do linho
Imprime as vidas de
Quem por ela passa
Expõe e encerra
Segredos do caminho
Preciso
Realmente
Aprender a temê-los?
Inverno
Schnee, Rauhreif,
Die meine Seele erwärmen,
Meinen Mund verstummen,
Meine Angst erwecken.
Greisinnen-Bäume,
Seht mich nicht so ernst an!
Ich liebe euch.
Seid nicht so gleichgültig:
“Es gibt viel Hoffnung,
Nur nicht für uns”.