eu morto
eu morto, subjugado no centro
da cidade, aguardando processo
de reconhecimento dos órgãos
enquanto dura a falácia feita
do absurdo que é estar morto, pronto
ao descarte infinito da pele.
três larvas se aproximam, me olham
e decidem por quando começam.
meu peito parece abrir-se ao meio
e isso só poderiam as larvas
fazê-lo com precisão sintética.
mas aguardo e são mãos quem cortavam
cada pedaço – lâmina, faca
falência dilatada, cingida.
iii
garoa na cidade como um rio corresse calvo pela cabeça da rua
e calvo seguisse entre a madrugada
não se ligasse às esquinas nem às
quadras
e apenas por ser corte e o próprio continente da cabaça
estivesse em contorno da própria
cidade
até q um rasto brusco
– sol de enseada –
fizesse se observar pela manhã
ali
os olhos da humanidade brilham
respiram a esperança das alvíssaras
de todo um tal cântico de incertezas
ii
uma incelença de chuva e
voici-là,
meia-noite lá no céu
parece mais um dia
enquanto o sereno cai
sobre o manto de maria.
era pedreiro era rei e sabem bem
a razão de os tijolos desmedirem os
deuses.
era uma vez
eu
gêni
o obliterad
o – o monumental momento da
sazonal idade;
eugênio, um pedreiro
depois rei, depois apenas dis
soluçã
o de toda a sant
a cruz
perdendo seus trapos entre trópicos
louvando um tânatos todo cheio de si.
i
se fosse o pesar dos pesares
[envolto em vendas vão veludo]
se fosse todo o pão amassado
[por vênus vertido em mero ocaso]
se fosse a extrema e vera unção
[ungida em óleo o mais santo]
não estaríamos na situação em que nos encontramos agora, as-
sim, violados pelo regozijo do tempo e as voltas que a vida
dá