Hugo Ball (1886-1927)
3. [listen] Katzen und Pfauen (1916)
5. [listen] Gadji beri bimba (1916)
6. [listen] Seepferdchen und Flugfishche (1916)
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Video: Seahorses and Flying Fish
Karawane
Hugo Ball
jolifanto bambla ô falli bambla
grossiga m’pfa habla horem
égiga goramen
higo bloiko russula huju
hollaka hollala
anlogo bung
blago bung
blago bung
bosso fataka
ü üü ü
schampa wulla wussa ólobo
hej tatta gôrem
eschige zunbada
wulubu ssubudu uluw ssubudu
tumba ba- umf
kusagauma
ba – umf
Dadaísmo
Na verdade, as únicas inovações formais depois de 1914 no mundo da vanguarda “estabelecida” parecem ter sido duas: o dadaísmo, que se transformou ou antecipou o surrealismo, na metade ocidental da Europa, e o construtivismo soviético, na oriental. O construtivismo, uma excursão por esqueléticas construções tridimensionais, e de preferência móveis, que têm seu análogo mais próximo em algumas estruturas de parque de diversões (rodas gigantes, carecas enormes etc.), foi logo absorvido pelo estilo dominante da arquitetura e do desenho industrial, em grande parte por meio da Bauhaus (da qual falaremos mais à frente). Seus mais ambiciosos projetos, como a famosa torre inclinada giratória de Tatlin, em homenagem à Internacional Comunista, jamais chegaram a ser construídos, ou então tiveram vidas evanescentes como decoração dos primeiros rituais públicos soviéticos. Apesar de novo, o construtivismo pouco mais fez do que ampliar o repertório do modernismo arquitetônico.
O dadaísmo tomou forma no meio de um grupo misto de exilados em Zurique (onde outro grupo de exilados, sob Lênin, aguardava a Revolução), em 1916, como um angustiado mas irônico protesto niilista contra a Guerra Mundial e a sociedade que a incubara, inclusive contra sua arte. Como rejeitava toda arte, não tinha características formais, embora tomasse emprestados alguns truques das vanguardas cubista e futurista pré-1914, entre eles a colagem, ou montagem de pedaços de imagens, inclusive fotos. Basicamente, qualquer coisa que pudesse causar apoplexia entre os amantes de arte burguesa convencional era o dadaísmo aceitável. O escândalo era seu princípio de coesão. Assim, a exposição por Marcel Duchamp (1887-1968) de um vaso de mictório público como “arte instantânea” em Nova York, em 1917, encaixava-se perfeitamente no espírito do dadaísmo, a que ele se juntou ao voltar dos Estados Unidos; mas sua discreta recusa posterior a ter qualquer relação com a arte – preferia jogar xadrez –, não. Pois nada havia de discreto no dadaísmo.
Trecho retirado de Era dos extremos – o breve século XX: 1914-1991, de Eric Hobsbawm (São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 179).