ODORE DI PACE
Sull’ariosa campagna
 che Il sole cocente amore
 tutto Il giorno con foga
 coperse, ora che sera
 cala resta un odore
 di pace, come se alfine
 sazia dei più impetuosi
 moti, la terra Il fine
 ultimo segnasse ai nostri
 sospirati riposi.
ODOR DE PAZ
Na airosa campanha
que o sol ardente amor
o dia inteiro impetuoso
cobriu, ora que a tarde
cai resta um odor
de paz, como se enfim
farta de mais fogosos
motos, a terra o fim
último traçasse aos nossos
suspirados repousos.
 
 Lasciate senza nome, senza
data, la pietra bianca
che un giorno mi coprirà.
Col sole, prenderà
(forse) il colore
delle mie ossa – sara,
nella sua cornice nera,
la mia faccia, vera.
Deixai sem nome, sem
data, a pedra branca
que um dia cobrir-me-á.
Com sol, tomará
(talvez) a cor
de meus ossos – será,
em sua moldura negra,
minha face, verdadeira.
 
 Che leggerezza di vele sul mare
bianco nella mia mente, come il lino
che nell’infazia fu steso a asciugare
sul fildiruggine!
Que leveza de velas sobre o mar
branco de minha mente, como o linho
que na infância foi posto a secar
no arame enferrujado!
 
 … Ma tu sei una mattina bianca ed alta
dove perfino l’ombra va in salita
e esalta: sei la voce più pulita
e viva ch’io conosca, e sei la barca
umana che celeste è colorita
di gerani rossissimi – di vita!…
… Mas tu és uma manhã alta e branca
onde até mesmo a sombra vai em subida
e exalta; és a voz mais polida
e viva que eu conheça, e és a barca
humana  que  celeste é colorida
de gerânios carmim – de vida!…
GIUGNO
Nera terra senza cielo
 zolle inzuppe d’acquazzone.
Rullano tamburi funebri
 su cupe nubi già estive.
Acida fragranza d’aglio
 dalle gigliacee mézze.
JUNHO
Na terra sem céu
torrões ensopados de chuva.
Retumbam tambores fúnebres
em nuvens baças já estivas.
Ácida fragrância d’ alhos
em liliáceas médias.
L’ALFA
Sarà stata oggetto,
 certo, di discussioni
 a non finire, in famiglia.
 Ma ora, d’un bel vainiglia
 fiammante, è lá, l’Alfa, la Super
 mille e tre: l’agognata
 meta d’un’intera vita,
 finalmente appagata.
ALFA
Terá sido objeto,
Certamente, de infindáveis
Discussões em família.
Agora, porém, cor de baunilha
Em folha, lá está o Alfa, o Super
um ponto três: a cobiçada
meta de uma inteira vida
finalmente saciada.
ANCHEGGIANDO
Non mi è amico, il Diavolo
 Non si cura di me.
 Al diavolo allora, anche il Diavolo,
 se anche il male,io, me lo devo fare da me.
MENEANDO
Não é meu amigo, o Diabo.
Não liga para mim.
Ao diabo, então, também o Diabo,
Se até mesmo o mal tenho que mo fazer sozinho.
INTERCALARE
“Maledetto il serpente!”
 Era um tuo intercalare, babbo.
 io ridevo. Ma allora
 io mica capivo niente.
INTERCALAR
“Maldita serpente!”
Era um teu dito, pai.
Eu ria. Mas eu nada
entendia, naquele tempo.
ANCH’IO
Uno dei tanti, anch’io.
 Un albero fulminado
 dalla fuga di Dio.
EU TAMBÉM
Um dos tantos, eu.
Uma árvore fulminada
pela fuga de Deus.
INVOCAZIONE
Mio Dio, anche se non esisti,
 perchè non ci assisti?
INVOCAÇÃO
Meu Deus, mesmo se não existes
por que não nos assistes?
LA STESSA
IN TERMINI PIÚ PROLISSI
DI GIACULATORIA
Signore, anche se non ci sei,
 egualmente proteggi
 e assisti me e i miei.
A MESMA
EM TERMOS MAIS PROLIXOS
DE JACULATÓRIA
Senhor, mesmo se não existes,
protege igualmente
a mim e aos meus entes.
SENZA TITOLO
Pensiero triste:
 la Storia non esiste?…
SEM TÍTULO
Pensamento triste:
a História não existe?…
DISINGANNO
Credeva d’aver colpito
 – finalmente – nel segno.
 Illusione. L’ambito
 bersaglio era di legno.
Varianti alternative
 3. Puro abbaglio! L’ambito
DESENGANO
Pensava ter atingido
– finalmente – o ponto de mira.
Ilusão. O tão pretendido
alvo era de mentira.
Variantes alternativas
3. Puro engano! O tão pretendido
RUSPANTE
S’era spaccate le unghie
 a raspare fra i sassi
 in un terreno qualunque.
Niente amore. Soltanto
 nidi di vipere. Vuoti.
( Neppure odio, dunque?)
CISCANTE
Quebrara as unhas
De tanto ciscar nas pedras
De um terreno qualquer.
Amor, nenhum. Apenas
Ninhos de víboras. Vazios.
(Nem sequer ódio, então?)
FINESSE
Ogni verità
 é nel suo contrario.
 Questo
 e nient’altro,sa
 la mia sordità…
Varianti alternative
 4. La mia ottusità…
FINESSE
Cada verdade
Está em seu contrário.
Isso,
E mais nada, sabe
Minha surdez…
Variantes alternativas
4. Meu caráter obtuso…
A RINA II
Se Il mondo prende colore
 E vita, lo devo a te, amore…
A RINA II
Se o mundo adquire cor
E vida, devo-o a ti, amor…
A RINA I
Niente più volontà
 e rappresentazione, senza
 la tua (anche occulta) presenza.
A RINA I
Nada mais vontade
e representação, sem
a tua (mesmo que oculta) presença.
ALL’OMBRA DI TORQUATO
… Lascia che dolcemente
 posi  la mia stanca guancia
 sul tuo albeggiante ventre…
À SOMBRA DE TORQUATO
…Deixa que docemente
Pouse minha face gasta
Em teu alvorescente ventre…
NELL’AULA
La legge è ugale per tutti.
 (Farabutti)
NA AULA
A lei é uma só.
(Seus bocós)
DOMANDA E RISPOSTA
– C’è più libertà
 in carcere o in città?
– Non ce n’ è, libertà.
 É carcere l’intera città.
PERGUNTA E RESPOSTA
– Há mais liberdade
No cárcere ou na cidade?
– Não há, liberdade.
É cárcere a inteira cidade.