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Um poema do palestino Juan Yaser

Rumo ao medo

O vale
se encheu de estilhaços,
um tipo de mescla de botas
e manjericão.

Cheiro de morte.

Azeitonas e laranjas miram
a Estátua da Liberdade.

Na fuga
o sapato de um menino
cai.

A mãe, nádegas caídas,
apressa os passos
feliz, rumo ao medo.

 

Tradução: Régis Bonvicino (2014)


 

Hacia el miedo

El valle
se llenó de metrallas,
una mezcla de botas
y albahacas.

Aroma de muerte.

Olivos y naranjos miran
la Estatua de la Libertad.

En la huida
el zapato de un niño
cae.
La madre, con las nalgas rotas,
apura los pasos
contenta, hacia el miedo.


 Sobre Juan Yaser

Nasceu na aldeia de Taybeh, jurisdição de Jerusalém, Palestina, em 15 de setembro de 1925. Começou a se destacar, como poeta, aos quinze anos; publicou, desde então, poemas em revistas e jornais em Beirute, Damasco, Amã, Bagdá e outras cidades árabes. Viveu, a partir de 1952, 44 anos na cidade de Córdoba, Argentina. Escreveu sua obra poética também em espanhol. Morreu em 28 de agosto de 1996, na mesma Córdoba. Foi professor de História, médico legista da UNESCO, tradutor e próspero comerciante.