These poems serve to punctuate the collective trauma of the pandemic with the accoutrements of the refinement of the poet’s conscious imprints. Their power is derived through citations of the mundane darkly underscored by the existential rupture that haunts our collective reality of the pandemic. Immediately these poems struck me as balanced aesthetically on both sides of this equation of experience. In that, their truth is imminent, stalking this earth as the flaneur makes the macabre rounds, with one eye suspiciously turned upwards towards the heavens. Sean Negus
Epitaph
Again he connects
night, now in the living room
in front of a screen
listening to the echo of maybe a band’s song
“Privatized Futures”
day after day
from the living room to the bedroom
and vice-versa without shortcuts
Burials, collective graves,
another hypothesis, if on high,
epitaph, a tombstone
a la carte, stardust in the eyes
Epitáfio
De novo se conecta
noite, agora na sala
diante de uma tela
talvez ouça o eco da canção da banda
“Privatized futures”
dia após dia
da sala para o quarto
e vice-versa sem atalhos
Enterros, covas coletivas,
outra hipótese, se for top,
epitáfio, uma lápide
à la carte, pó de estrelas nos olhos
Liftoff
Fetor
Vultures peck fingers
peck nails, arms
out of the ambulance
grave
the guys unload
another corpse
this one drowned dry,
in the hospital bed
the digger lances
the red earth
in the common trench
a succession of crosses
hastily made
greens, whites, blues,
sharp-tipped
one of them takes off suddenly
head lifted, featherless,
between shovels and hoes
bouquets of flowers
a trail of pus in the blue
Decolagem
Fedor
Urubus bicam dedos
bicam unhas, braços
pra fora da cova
ambulância
os caras descarregam
outro corpo
esse morreu afogado em seco,
no leito do hospital
a escavadeira lança
terra vermelha
na vala comum
uma sucessão de cruzes
feitas às pressas
verdes, brancas, azuis,
pontiagudas
um deles decola súbito
cabeça erguida, implume,
entre pás e enxadas
ramalhetes de flores
rastro de pus no azul
Álvaro de Campos
You light a cigarette to postpone the trip
but do not have an oasis,
you only have destiny and reality
And aren’t anymore the boy who succeeded by error
You are, in truth, at some boarding gate
Truth or product of your art
It’s pointless to raise all Caesers in yourself
to delay the clocks of the cosmos or the trip
Or you repeat: “Delay it, delay it”
Grand, as you say, are the deserts
and all is of the same parable or desert
Nevertheless, a tiny virus,
as you didn’t want or couldn’t imagine,
accelerates suddenly the engines of the universe.
Álvaro de Campos
Acendes um cigarro para adiar a viagem
mas não tens oásis,
só tens destino e realidade
Não és mais o menino que sucedeste por erro
Estás, de verdade, em algum portão de embarque
Verdadeiro ou produto de tua arte
Não adianta ergueres em ti todos os Césares
para atrasares os relógios do cosmos ou a viagem
Ou repetires: “Adia-te, adia-te”
Grandes, como dizes, são os desertos
e tudo é mesmo parábola ou deserto
Todavia, um ínfimo vírus,
como não querias ou imaginavas,
acelera súbito os motores do universo.