Na Folha Ilustrada deste domingo (11/03/2012), leio um sóbrio artigo de Ferreira Gullar sobre as diferenças entre o concretismo e o neoconcretismo (“Desfazendo equívocos“). Tal artigo traz uma pequena grande concordância com o centro de um ensaio publicado há pouco em Sibila (“A vanguarda como estereótipo: uma análise da poesia de Augusto de Campos”, A VANGUARDA COMO ESTEREÓTIPO: UMA ANÁLISE DA POESIA DE AUGUSTO DE CAMPOS, 27/02/2012). Nesse ensaio, tentei demonstrar que Augusto de Campos usa, como refiro, um “truque aritmético” para criar o que chamei de poemas “aquadrados”. Escreve Gullar: “Os poetas [concretos] de SP propuseram que a poesia fosse feita segundo equações – o que nos pareceu sem propósito”. A mim não parece um despropósito a priori: incomodam-me os resultados. Luis Dolhnikoff