PORTUGUESE LANGUAGE
LÍNGUA PORTUGUESA
OLAVO BILAC (1865-1918)
Translated into English by Odile Cisneros
Latium’s last flower, lovely and wild,
You are at once splendor and tomb:
Native gold, the ore subsumes,
Coarse mine in gravel, undefiled…
I love you so, unknown, obscure,
Loud-clanging trumpet, simple lyre.
You have the hiss of tempests and the fire,
Tender saudade, lullaby’s allure!
I love your rural rankness and your scent
Of virgin forests and of boundless seas!
I love you, oh rough language of lament,
In which I heard a mother’s voice call “My son!”,
In which Camões in bitter exile wept
His ill-starred genius and lackluster love!
LÍNGUA PORTUGUESA
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
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